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  • Foto do escritorJorge Bernardes

Bem-vindo Março!

Chegámos a Março e tenho para mim que será um bom mês!

Mas também ao acordar com vistas assim é difícil não pensar em coisas boas!

O castelo a acordar no meio de um cobertor de nevoeiro e a destapar-se à medida que o sol lhe dá calor, e eu a acordar com o sol a esticar-me os braços através das árvores e do nevoeiro enquanto bebo o meu café quente, na varanda, no meio da manhã fria.

Tenho acordado mais cedo e há dias que têm estas benesses fantásticas. :)

À medida que o tempo vai passando vou descobrindo cada vez mais sobre mim como o simples facto de eu não funcionar bem sem um horário. Depois de ter passado a maior parte da minha vida a seguir horários de forma muito (demasiado) rígida, resolvi regalar-me com a vantagem de não os ter, neste trabalho liberal e criativo, no mundo em que não precisa de haver um tempo definido para parar o tempo em imagens. No entanto, ao perder o horário perdi um pouco de mim também, da minha eficiência e da minha capacidade de trabalho. Sei que, felizmente, também perdi o mau humor e a falta de vontade de me levantar que me escurecia o espírito nos últimos tempos do meu trabalho anterior, antes de mudar de vida.

Portanto agora resolvi fazer a média dos extremos da minha vida, pôr pesos iguais nos pratos da balança para apanhar o melhor dos dois mundos, fazer justiça ao que sou e ao meu tempo, procurar o equilíbrio para poder "sugar todo o tutano da vida" como Thoreau escreveu.

Assim sendo fiz o meu horário, em folha de Excel bonita como se quer, com dias e horas, espaços bem divididos com as coisas que faço, as que preciso de fazer e as que gostaria de fazer. Não foi fácil e não está acabado, acho que nunca vai estar, penso que será um horário vivo que verá alterações de forma algo frequente, adições e subtracções à medida que o tempo passe, que me conheça ainda melhor e eventualmente que as prioridades mudem.

Juntamente com isso mudei as horas aos despertadores, deixo o telemóvel longe da cama para que ele me puxe com uma corda grossa para fora dela e me leve até ao café e à varanda, se o tempo o permitir, para ver a vista e organizar os pensamentos, acertar o paço aos neurónios e de os por a caminho do resto do dia.

Mas isso não é fazer a média. Pois não. Fazer a média para mim é ter o horário e saber que tenho a liberdade de, quando o desejar ou precisar, não o cumprir. De deixar que a corda com que o telemóvel me laça e me desperta se parta por muito grossa que seja, de agarrar num livro e sentar no sofá vinte minutos que sejam, de demorar duas horas a almoçar e mastigar tudo lentamente e com intenção enquanto penso em como melhorar a comida que faço ou outra coisa qualquer. A média é a liberdade de poder fazer estas coisas até que o horário me puxe de novo para as coisas mais ordeiras e que me ajude a produzir mais e melhor das várias coisas que faço.

Penso que ao ir conhecendo-me cada vez melhor e fazendo a média dos meus extremos sou capaz de conseguir tender para o equilíbrio. Mas o equilíbrio é mais fácil em movimento portanto agora vou mover-me para o próximo pedaço do horário!

Boa semana!

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